tag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post3246646273529443103..comments2017-09-05T10:40:44.072-07:00Comments on Duende Quaderni: ¡Bienvenidos!El Duendehttp://www.blogger.com/profile/10810492346342821564noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-9399702097792321432013-08-10T07:42:48.478-07:002013-08-10T07:42:48.478-07:00Il non-amore vicereale
Nel 1894 Federico De Rober...<i>Il non-amore vicereale</i><br /><br />Nel 1894 Federico De Roberto pubblica il romanzo I Viceré. L’autore, testimone del fallimento storico che ha colpito la sua Sicilia e tutta l’Italia nel periodo dell’unificazione, esprime la propria disillusione nei confronti del Risorgimento e del Post-Risorgimento. La storia dell’antica famiglia Uzeda-Francalanza corre dagli anni ’55 all’ ’82, dagli ultimi fasti della dominazione borbonica all’instaurarsi del nuovo regno unito. Lo scrittore, che si propone di mettere a nudo le ragioni occulte su cui si basa il potere, dimostra come questa razza di dominatori, discendenti dei viceré spagnoli, trasforma l’antica prepotenza nelle vesti di un potere modernamente atteggiato. Il pessimismo metafisico dell’autore prende la forma di una condanna storica dell’aristocrazia siciliana, dei suoi comportamenti falsi ed autoritari, come si percepisce dal brano in esame, situato nel secondo capitolo della seconda parte del romanzo. Alla malvagità ossessiva degli Uzeda fa riscontro, nei personaggi che la subiscono, una vera voluttà di sacrificio ed è quanto emerge dalla figura della contessa Matilde, moglie di Raimondo Uzeda. Tradita e ignorata dal marito, martirizzata dai suoi parenti, Matilde è soprattutto vittima di se stessa e del suo amore follemente incondizionato, disposto a subire qualsiasi oltraggio. Tale comportamento fa trasparire la percezione dell’amore come catalizzatore di egoismo, ricerca di dominio e supremazia sull’altro: l’esperienza amorosa rivela all’uomo la propria condizione di miseria morale.<br /><br />"Ella non piangeva per l'avvenire delle sue bambine, non si sdegnava al ricordo delle proprie torture; se le aveva patite in silenzio, se aveva accusato soltanto la rivale, se non aveva mai trovato una parola di rimprovero per Raimondo, l'unica ragione consisteva nel bene che gli portava... «Dopo quel che t'ha fatto?... Non hai dunque capito che non l'ha mai ricambiato, il tuo bene? Che non chiede di meglio se non sbarazzarsi di te?... Sciocca che sei, gli vuoi dunque il bene del cane che lecca la mano che lo ha battuto?...» Sì, sì, così! il bene del cane per il padrone, la devozione d'uno schiavo per l'essere di un'altra razza, più forte, più alta, più rara. Sì, la sommessione del cane per il padrone; poiché, anche dopo l'onta estrema che le aveva inflitto, nonostante la rivelazione brutale, nonostante il legittimo sdegno del padre, ella pensava di non poter vivere lontana da Raimondo, di non poterlo lasciare a quell'altra... (I Viceré, p. 139, http://www.liberliber.it/mediateca/libri/d/de_roberto/i_vicere/pdf/i_vice_p.pdf )"<br /><br /><br />- Silvia Audo GianottiSilvia Audo Gianottinoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-61022403133149470342013-07-11T12:54:02.932-07:002013-07-11T12:54:02.932-07:00Adília Lopes (1960- )
In Clube da poetisa morta
...<b>Adília Lopes (1960- )<br /><br />In Clube da poetisa morta</b><br /><br />O amor <br />é foda<br />o amor <br />é boda<br />(a senhora sabe<br />da poda?)<br />o amor<br />está sempre <br />fora<br />de moda<br />é preciso amar<br />atrever-se a amar<br />andar com este <br />e com este<br /><br />Deus é a nossa<br />mulher-a-dias<br />que nos dá prendas<br />que deitamos fora<br />como a vida<br />porque achamos<br />que não presta<br /><br />Deus é a nossa <br />mulher-a-dias<br />que nos dá prendas<br />que deitamos fora<br />como a fé<br />porque achamos<br />que é pirosa<br /><br />Gosto de me deitar<br />sem sono <br />para ficar<br />a lembrar-me <br />ds coisas boas <br />deitada<br />dentro da cama<br />às escuras <br />de olhos fechados<br />abraçada a mim<br /><br />in Florbela Espanca espanca, revista Poesia Sempre, n. 26, ano 14, 2007. <br /><br /><b>Adília Lopes</b> nasceu em Lisboa em 20 de Abril de 1960. O estilo da poetisa, aparentemente coloquial e naïf, está repleto de jogos fonéticos, associações livres, rimas infantis e idiomas estrangeiros. Os temas do quotidiano, principalmente femininos e domésticos, são tratados com humor e auto-ironia, candura e crueza, inteligência e intencionalidade.<br /><br /><br />- Regina Pereira da Silva<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-47333185303081346132013-07-11T12:53:29.477-07:002013-07-11T12:53:29.477-07:00Natália Correia (1923-1993)
De amor nada mais res...<b>Natália Correia (1923-1993)<br /><br />De amor nada mais resta que um Outubro</b><br /><br />De amor nada mais resta que um Outubro<br />e quanto mais amada mais desisto:<br />quanto mais tu me despes mais me cubro<br />e quanto mais me escondo mais me avisto.<br /><br />E sei que mais te enelio e te deslumbro<br />porque se mais me ofusco mais existo.<br />Por dentro me ilumino, sol oculto,<br />por fora te ajoelho, corpo místico.<br /><br />Não me acordes. Estou morta na quermesse<br />dos teus beijos. Etérea, a minha espécie<br />nem teus zelos amantes a demovem.<br /><br />Mas quanto mais em nuvem me desfaço<br />mais de terra e de fogo é o abraço<br />com que na carne queres reter-me jovem.<br /><br /><br />in, <i>Poesia Completa</i>, Publicações D. Quixote.<br /><br />Natália Correia nasceu a 13 de Setembro de 1923 na Ilha de São Miguel, nos Açores. Estudou em Lisboa e iniciou a sua actividade literária muito cedo. Poetisa, ficcionista, ensaísta, tradutora, dividiu a sua criatividade pelo teatro e pela investigação literária. Foi uma grande ativista poítica e por isso muitos dos seus livros foram apreendidos pela censura, chegando mesmo a ser condenada a três anos de prisão e acusada por abuso de liberdade de imprensa. Falece na cidade de Lisboa aos 16 de Março de 1993.<br /><br />- Regina Pereira da SilvaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-58151002581645741722013-07-11T12:52:52.357-07:002013-07-11T12:52:52.357-07:00Florbela Espanca (1894-1930)
Amar!
Eu quero ama...<b>Florbela Espanca (1894-1930) <br /><br />Amar!</b><br /><br />Eu quero amar, amar perdidamente!<br />Amar só por amar: Aqui...além...<br />Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...<br />Amar! Amar! E não amar ninguém!<br /><br />Recordar? Esquecer? Indiferente!...<br />Prender ou desprender? É mal? É bem?<br />Quem disser que se pode amar alguém<br />Durante a vida inteira é porque mente!<br /><br />Há uma Primavera em cada vida:<br />É preciso cantá-la assim florida,<br />Pois, se Deus nos deu voz, foi para cantar!<br /><br />E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada<br />Que seja a minha noite uma alvorada,<br />Que me saiba perder... pra me encontrar...<br /><br /><br />in <i>Charneca em Flor</i>, 1930 em "Sonetos", Publicações Europa-América.<br /><br />Florbela de Alma Conceição Espanca (1894-1930), é nata a Vila Viçosa (Alentejo) ed è morta a Matosinhos. Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza. <br /><br />- Regina Pereira da SilvaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-13349702961795742612013-07-11T12:52:10.430-07:002013-07-11T12:52:10.430-07:00Marquesa di Alorna (1750-1839)
Cantarei um dia da...<b>Marquesa di Alorna (1750-1839)<br /><br />Cantarei um dia da tristeza</b><br /><br />Eu cantarei um dia da tristeza<br />por uns termos tão ternos e saudosos <br />que deixem aos alegres invejosos <br />de chorarem o mal que lhes não pesa.<br /><br />Abrandarei das penhas a dureza,<br />exalando suspiros tão queixosos,<br />que jamais os rochedos cavernosos<br />os repitam da mesma natureza.<br /><br />Serras, penhascos, troncos, arvoredos,<br />ave, ponte, montanha, flor, corrente,<br />comigo hão-de chorar de amor enredos.<br />Mas ah! Que adoro uma alma que não sente!<br />Guarda, Amor, os teus pérfidos segredos,<br />que eu derramo os meus ais inultilmente.<br /><br />in <i>Poemas de Amor</i>, selecção de Inês Pedrosa, Publicações D. Quixote.<br />Marquesa de Alorna foi poetisa e pedagoga além de ter traduzido várias obras. D. Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre, mais conhecida como Marquesa de Alorna, nasceu em 1750 e faleceu em 1839. Foi uma figura literária de rar erudição, autora de uma obra epistolar em grande parte ainda por estudar e divulgadora de novas ideias sobretudo das que vinham da Europa. <br /><br />- Regina Pereira da SilvaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-11846496339936528562013-07-08T09:44:09.924-07:002013-07-08T09:44:09.924-07:00José Jorge Letria (1951 - )
Um pouco mais de nós
...<b>José Jorge Letria (1951 - )<br /><br />Um pouco mais de nós</b><br /><br />Podes dar uma centelha de lua, <br />um colar de pétalas breves <br />ou um farrapo de nuvem; <br />podes dar mais uma asa <br />a quem tem sede de voar <br />ou apenas o tesouro sem preço <br />do teu tempo em qualquer lugar; <br />podes dar o que és e o que sentes <br />sem que te perguntem <br />nome, sexo ou endereço; <br />podes dar em suma, com emoção, <br />tudo aquilo que, em silêncio, <br />te segreda o coração; <br />podes dar a rima sem rima <br />de uma música só tua <br />a quem sofre a miséria dos dias <br />na noite sem tecto de uma rua; <br />podes juntar o diamante da dádiva <br />ao húmus de uma crença forte e antiga, <br />sob a forma de poema ou de cantiga; <br />podes ser o livro, o sonho, o ponteiro <br />do relógio da vida sem atraso, <br />e sendo tudo isso serás ainda mais, <br />anónimo, pleno e livre, <br />nau sempre aparelhada para deixar o cais, <br />porque o que conta, vendo bem, <br />é dar sempre um pouco mais, <br />sem factura, sem fama, sem horário, <br />que a máxima recompensa de quem dá <br />é o júbilo de um gesto voluntário. <br />E, afinal, tudo isso quanto vale ? <br />Vale o nada que é tudo <br />sempre que damos de nós <br />o que, sendo acto amor, ganha voz <br />e se torna eterno por ser único e total. <br /><br /><br />José Jorge Letria nasceu em Cascais, Portugal. É uma figura multifacetada, jornalista, poeta, escritor e político. Os seus livros foram traduzidos em várias línguas e está representado em numerosas antologias em Portugal e no estrangeiro. Os seus poemas encontram-se publicados na antologia intitulada <i>O Fantasma da Obra</i>, publicada em l994 e em 2003, mas que contém apenas o parte da sua produção poética.<br /><br />- Regina Pereira da SilvaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-77200068603025355762013-07-08T09:42:44.263-07:002013-07-08T09:42:44.263-07:00Valter Hugo Mãe (1917 - )
Brincávamos a cair nos...<b>Valter Hugo Mãe (1917 - )<br /><br />Brincávamos a cair nos braços um do outro</b><br /><br />brincávamos a cair nos <br />braços um do outro, como faziam <br />as actrizes nos filmes com o marlon <br />brando, e depois suspirávamos e ríamos <br />sem saber que habituávamos o coração à <br />dor. queríamos o amor um pelo outro <br />sem hesitações, como se a desgraça nos <br />servisse bem e, a ver filmes, achávamos que <br />o peito era todo em movimento e não <br />sabíamos que a vida podia parar um <br />dia. eu ainda te disse que me doíam os <br />braços e que, mesmo sendo o rapaz, o <br />cansaço chegava e instalava-se no meu <br />poço de medo. tu rias e caías uma e outra <br />vez à espera de acreditares apenas no que <br />fosse mais imediato, quando os filmes acabavam, <br />quando percebíamos que o mundo era <br />feito de distância e tanto tempo vazio, tu <br />ficavas muito feminina e abandonada e eu <br />sofria mais ainda com isso. estavas tão <br />diferente de mim como se já tivesses <br />partido e eu fosse apenas um local esquecido <br />sem significado maior no teu caminho. tu <br />dizias que se morrêssemos juntos <br />entraríamos juntos no paraíso e querias <br />culpar-me por ser triste de outro modo, um <br />modo mais perene, lento, covarde. Eu <br />amava-te e julgava bem que amar era <br />afeiçoar o corpo ao perigo. caía eu <br />nos teus braços, fazias um <br />bigode no teu rosto como se fosses o <br />marlon brando. eu, que te descobria como se <br />descobrem fantasias no inferno, não <br />queria ser beijado pelo marlon brando e <br />entrava numa combustão modesta que, às <br />batidas do meu coração, iluminava o meu <br />rosto como lâmpada falhando <br /><br />a minha mãe dizia-me, valter tem cuidado, não <br />brinques assim, vais partir uma perna, vais <br />partir a cabeça, vais partir o <br />coração. e estava certa, foi tudo verdade <br /><br />in <i>contabilidade</i>, (objectiva/alfaguara), 2010.<br /><br />Valter Hugo Mãe nasceu em Saurimo, Angola, em 1971, hoje vive em Vila do Conde, Portugal. Escreve romances também se dedica às crianças. Vocalista do grupo musical Governo compõe algumas das letras das canções.<br /><br />- Regina Pereira da SilvaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-57773664083154528512013-07-08T09:39:59.863-07:002013-07-08T09:39:59.863-07:00Mia Couto (1955 - )
O amor, meu amor
Nosso amor ...<b>Mia Couto (1955 - )<br /><br />O amor, meu amor</b><br /><br />Nosso amor é impuro<br />como impura é a luz e a água<br />e tudo quanto nasce <br />e vive além do tempo.<br /><br />Minhas pernas são água,<br />as tuas são luz <br />e dão a volta ao universo<br />quando se enlaçam <br />até se tornarem deserto e escuro.<br />E eu sofro de te abraçar<br />depois de te abraçar para não sofrer.<br /><br />E toco-te <br />para deixares de ter corpo<br />e o meu corpo nasce<br />quando se extingue no teu.<br /><br />E respiro em ti<br />para me sufocar<br />e espreito em tua claridade<br />para me cegar,<br />meu Sol vertido em Lua,<br />minha noite alvorecida.<br /><br />Tu me bebes<br />e eu me converto na tua sede.<br />Meus lábios mordem,<br />meus dentes beijam,<br />minha pele te veste<br />e ficas ainda mais despida.<br /><br />Pudesse eu ser tu<br />E em tua saudade ser a minha própria espera.<br /><br />Mas eu deito-me em teu leito<br />Quando apenas queria dormir em ti.<br /><br />E sonho-te<br />Quando ansiava ser um sonho teu.<br /><br />E levito, voo de semente,<br />para em mim mesmo te plantar<br />menos que flor: simples perfume,<br />lembrança de pétala sem chão onde tombar.<br /><br />Teus olhos inundando os meus<br />e a minha vida, já sem leito,<br />vai galgando margens<br />até tudo ser mar.<br />Esse mar que só há depois do mar.<br /><br /><br />in, <i>idades cidades divindades</i>.<br /><br />Mia Couto, nasceu na Beira, Moçambique, em 1955. Foi jornalista e professor, e é, atualmente, biólogo e escritor. Está traduzido em diversas línguas. Tem contribuído ativamente para o desenvolvimento da língua portuguesa.<br /><br />- Regina Pereira da SilvaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-83984383059887157092013-07-08T09:38:33.240-07:002013-07-08T09:38:33.240-07:00Caetano da Costa Alegre, (1864-1890)
Aurora
Tu t...<b>Caetano da Costa Alegre, (1864-1890)<br /><br />Aurora</b><br /><br />Tu tens horror de mim, bem sei, Aurora,<br />Tu és o dia, eu sou a noite espessa,<br />Onde eu acabo é que o teu ser começa.<br />Não amas!... flor, que esta minha alma adora.<br /><br />És a luz, eu a sombra pavorosa,<br />Eu sou a tua antítese frisante,<br />Mas não estranhes que te aspire, formosa,<br />Do carvão saí o brilho do diamante.<br /><br />Olha que esta paixão cruel, ardente,<br />Na resistência cresce, qual torrente;<br />É a paixão fatal que vem da sorte,<br /><br />É a paixão selvática da fera,<br />É a paixão do peito da pantera,<br />Que me obriga a dizer-te “amor ou morte”!<br /><br /><br />in <i>Versos</i>, 1916.<br /><br />Caetano da Costa Alegre, nasceu na Ilha de S. Tomé e faleceu em Alcobaça (Portugal) no dia 18 de Abril de 1890. Antero de Quental foi um dos artistas que influenciou muito a sua obra.<br /><br />- Regina Pereira da SilvaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-82419440334741705682013-07-08T09:37:15.095-07:002013-07-08T09:37:15.095-07:00Vinicius de Moraes (1913-1980)
Soneto de fidelida...<b>Vinicius de Moraes (1913-1980)<br /><br />Soneto de fidelidade</b><br /><br />De tudo, ao meu amor serei atento<br />Antes, e com tal zelo, e sempre,e tanto<br />Que mesmo em face do maior encanto<br />Dele se encante mais meu pensamento.<br /><br />Quero vivê-lo em cada vão momento<br />E em seu louvor hei-de espalhar meu canto<br />E rir meu riso e derramar meu pranto<br />Ao seu pesar ou seu contentamento<br /><br />E assim, quando mais tarde me procure<br />Quem sabe a morte, angústia de quem vive<br />Quem sabe a solidão, fim de quem ama.<br />Eu possa-me dizer do amor (que tive):<br />Que não seja imortal, posto que é chama<br />Mas que seja infinito enquanto dure.<br /><br /><br />in <i>Poemas, Sonetos e Baladas</i>, 1946.<br /><br />Vinicius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro e foi um poeta, cantor e compositor de musica popular brasileira, diplomata e autor dramático.<br /><br /><br />- Regina Pereira da Silva<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-24044932093062732612013-07-08T09:36:25.603-07:002013-07-08T09:36:25.603-07:00Cruz e Sousa (1861-1898)
Cabelos
Cabelos! Quanta...<b>Cruz e Sousa (1861-1898)<br /><br />Cabelos</b><br /><br />Cabelos! Quantas sensações ao vê-los!<br />cabelos negros, do esplendor sombrio,<br />por onde o fluído vago e frio<br />dos brumosos e longos pesadelos...<br /><br />Sonhos, mistérios, ansiedades, zelos...<br />tudo que lembra as convulsões de um rio<br />passa na noite cálida, no estio<br />da noite tropical dos teus cabelos.<br /><br />Passa através dos teus cabelos quentes<br />pela chama dos beijos inclementes,<br />das dolências fatais, da nostalgia...<br /><br />Auréola, majestosa, ondeada,<br />alma da treva, densa e perfumada,<br />lânguida Noite da melancolia!<br /><br /><br /> in <i>Sonetos</i>, 1905.<br /><br />Cruz e Sousa, nasceu em Desterro (SC) em 1861, faleceu em a Estação de Sítio (Minas Gerais), Brasil, no ano de 1898. A questão racial predomina a sua poesia.<br /><br />- Regina Pereira da SilvaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-68368105009187441012013-07-07T09:50:21.553-07:002013-07-07T09:50:21.553-07:00Muchas gracias por compartir todos estos material...Muchas gracias por compartir todos estos materiales. Os agradecemos infinitamente vuestra colaboración. Pronto van a llegar nuevos temas e ideas para discutir y dialogar. <br />Saludos desde Washington DC,<br /><br />Òscar O. Santos-Sopena<br />Quaderni Ibero AmericaniOscar O. Santos-Sopenahttps://www.blogger.com/profile/09799671770705525511noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-74851027583789478172013-07-07T02:34:34.957-07:002013-07-07T02:34:34.957-07:00"Pero no quiero mundo ni sueño, voz divina,
q..."Pero no quiero mundo ni sueño, voz divina,<br />quiero mi libertad, mi amor humano<br />en el rincón más oscuro de la brisa que nadie quiera.<br />¡Mi amor humano!"<br /><br />Federico García Lorca, de "Poema doble del lago Eden"Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-15165837538542444512013-07-07T02:04:13.079-07:002013-07-07T02:04:13.079-07:00«Calla, calla, princesa -dice el hada madrina-;
e...«Calla, calla, princesa -dice el hada madrina-; <br />en caballo, con alas, hacia acá se encamina, <br />en el cinto la espada y en la mano el azor, <br />el feliz caballero que te adora sin verte, <br />y que llega de lejos, vencedor de la Muerte, <br />a encenderte los labios con un beso de amor»<br /><br />De "Sonatina", Rubén DaríoAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-61011439108274463712013-07-04T09:29:25.520-07:002013-07-04T09:29:25.520-07:00De: José de María Romero Barea, Resurrecciones (As...De: José de María Romero Barea, Resurrecciones (Asociación Cultura y Progreso, 2011)<br />Con traducción inédita al inglés de Curtis Bauer<br /><br />XLI<br /><br />Cómo no haber partido muy lejos esta noche<br />en que el vino blanco, la euforia con la que callas,<br />el temblor que oprime la garganta del que ríe,<br />la ternura con la que el viento escucha<br />o acaricia la cabeza del recién nacido,<br />en la ciudad donde una <br />verdad se pliega a este deseo<br />y los labios se ofrecen a otros labios<br />siempre iguales, cada vez diferentes,<br />donde una vocación de eternidad, una<br />sucesión de paisajes nos convoca.<br /><br />Los lugares de la ciudad<br />en el sueño no son la causa <br />de estas lágrimas, sino <br />la ciudad misma, <br />que pertenece a la alegría<br />o la tristeza con la que regresas,<br />escenario dentro de otro escenario<br />sin tiempo acotación o personajes,<br />la ciudad o la nostalgia <br />por el placer de nombrar o <br />ahuyentar el miedo a los nombres.<br /><br />Ciudad a la que regresar a solas.<br /><br />El río a lo lejos, la música que <br />sube de los primeros bares,<br />noches en que el corazón no pertenece a nadie<br />salvo a esta luz <br />que desciende a los que celebran<br />el juego de los perros y la espuma,<br />salvo a una ley si es un<br />flujo entre la vida y la muerte,<br />la vigilia y el sueño,<br />a una frágil empresa sólo si<br />nos sume en su misma fragilidad,<br />si permite apurar de un sorbo <br />el último aliento.<br /> Que <br />llegue por fin ese olvido, <br />gota de sangre fresca <br />sobre la nieve, una violencia <br />silenciosa y pura, un último baile <br />en el corazón del silencio<br />si el tiempo del amor es aún posible.<br />XLI<br /><br />As if never going very far tonight<br />when white wine, the euphoria that quiets you,<br />tremor that oppresses the laughing throat,<br />the tenderness with which the wind listens<br />or caresses the head of a newborn, <br />in the city where one<br />truth bows to this desire <br />and lips are offered to other lips<br />always the same, each time different, <br />where a vocation of eternity, a <br />succession of landscapes brings us together.<br /><br />The places of the dreamed<br />city are not the cause <br />of these tears, but<br />the city itself, <br />which belongs to the joy <br />or sadness you return with,<br />scene within another scene<br />without annotation of time or characters,<br />the city or nostalgia <br />for the pleasure of naming or<br />expelling the fear of names.<br /><br />City to go back to alone.<br /><br />The river in the distance, the music that <br />rises up from the first bars,<br />nights in which the heart belongs to no one<br />except for this light<br />that descends on those who celebrate<br />the game of dogs and foam,<br />except for a law if it is a<br />stream between life and death,<br />waking and sleeping,<br />a fragile enterprise only if<br />we join in its fragility,<br />if it allows to drink in one sip<br />the last breath.<br />Arrive<br />for once, this oblivion,<br />drop of fresh blood<br />on the snow, violence<br />silent and pure, one last dance<br />in the heart of silence<br />if the time of love is still possible.<br /><br /> José de María Romero BareaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-27935990582457260022013-07-04T02:44:36.847-07:002013-07-04T02:44:36.847-07:00Leyendo el blog de Milton de Bolonia, se me ocurre...Leyendo el blog de Milton de Bolonia, se me ocurre pensar en la prosa de Ramón Pernas, en su novela “<i>En la luz inmóvil</i>”, pulida come la roca del templo masónico, no limpia, no neta, pulida por la búsqueda de la sabiduría o de la perfección que a lo largo de su magnífica novela nos habla de un amor, un amor no correspondido, que al comprender el protagonista que es tal, se convierte en un amor que se ha ido. Me doy cuenta pues, que la pregunta de Bécquer, propuesta por Milton, es realmente muy actual: <i>Dime, mujer, cuando el amor se olvida,<br />¿sabes tú adónde va?</i> Para contestar a la pregunta me reservo un espacio en los próximos blogs.<br /><br />Patricia Martelli<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-34562777428125802612013-06-29T03:46:11.254-07:002013-06-29T03:46:11.254-07:00Poema inédito de José Manuel Velázquez Pérez
...Poema inédito de <i>José Manuel Velázquez Pérez</i><br /><br /><br /><br /><br /> 27/06/2013<br /><b>Teoría de la fuente</b><br /><br />a David Ruano y a Rafael Velázquez Garbay<br /><br /><br /><br />Mientras el violín de un músico ambulante<br />acomoda en el aire su nota pintoresca<br />y una mano manchada de luces vespertinas<br />ofrece al viajero sus óleos y acuarelas,<br />por los tres callejones que dan al Aqua Virgo<br />viene solo, en silencio, paso a paso, el poeta.<br /><br />En su frente florece la duda que en el tiempo <br />arraiga y en el suelo —sucediéndolo apenas—<br />se agita, oscuro árbol que el viento encoleriza,<br />una sombra cansada, andrajosa y famélica.<br /><br />Lo vieron alejarse —no dijo adiós—, un día<br />se echó al hombro su hatillo de libros y de piedras,<br />dio la espalda a los dioses del hogar aún cautivos<br />y siguió caminando como un hombre cualquiera.<br /><br />Cuando toque la fría certidumbre del mármol<br />frente a un sediento coro de sabias calaveras<br />y en el bárbaro cáliz hunda sus pies desnudos<br />—yo sé que habrá cruzado la última frontera—,<br />se apartarán blandiendo insultos y amenazas,<br />temiendo que contagie de amor el agua quieta.<br /><br />Ajeno a la costumbre, a la ley, al peligro,<br />en la fuente sumerge su cósmica cabeza<br />y el surtidor parece manantial del que brotan<br />los ríos que alimentan los mares de la tierra.<br /><br />Suspendidos el arco y el pincel, la palabra<br />tiritando de frío —y de absoluto enferma—,<br />se le queda en los labios como al recién nacido<br />que arroja sobre el mundo su mirada primera.<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-53458935047136461562013-06-28T11:17:09.647-07:002013-06-28T11:17:09.647-07:00Imposible no recordar, hablando este tema, una her...<i>Imposible no recordar, hablando este tema, una hermosa clase en la universidad, el tema era el amor y el poeta era Bécquer: <br /><br /> Los suspiros son aire y van al aire.<br /> Las lágrimas son agua y van al mar.<br /> Dime, mujer, cuando el amor se olvida,<br /> ¿sabes tú adónde va?<br /><br /><br />Milton (Bologna)</i><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-60540837212239259372013-06-28T06:08:46.476-07:002013-06-28T06:08:46.476-07:00Escrito está en mi alma vuestro gesto,
y cuanto yo...Escrito está en mi alma vuestro gesto,<br />y cuanto yo escribir de vos deseo;<br />vos sola lo escribisteis, yo lo leo<br />tan solo, que aun de vos me guardo en esto.<br /><br />En esto estoy y estaré siempre puesto;<br />que aunque no cabe en mí cuanto en vos veo,<br />de tanto bien lo que no entiendo creo,<br />tomando ya la fe por presupuesto.<br /><br />Yo no nací sino para quereros;<br />mi alma os ha cortado a su medida;<br />por hábito del alma mismo os quiero.<br /><br />Cuanto tengo confieso yo deberos;<br />por vos nací, por vos tengo la vida,<br />por vos he de morir, y por vos muero.<br /><br />Garcilaso de La Vega, Soneto XXIII, probablemente dedicado Isabel Freire.<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-35057047211800193122013-06-27T02:41:51.685-07:002013-06-27T02:41:51.685-07:00Las horas parpadean
y se funden
-como el cobre-.
...Las horas parpadean<br />y se funden<br />-como el cobre-.<br /><br />La tierra<br />simula un hombro<br />que me guarda.<br /><br />Esta vez el verano<br />planea susurrar<br />su último acuerdo<br />jura vestir lástimas secas<br />y escribe una sonrisa<br />que te incluye.<br /><br />Bonito, no? es de Nora Hall, una poetisa de Rosario (Argentina).<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-52657490754435254612013-06-27T01:47:40.774-07:002013-06-27T01:47:40.774-07:00[III]
Sí, por detrás de las gentes
te busco.
No e...[III]<br /><br />Sí, por detrás de las gentes<br />te busco.<br />No en tu nombre, si lo dicen,<br />no en tu imagen, si la pintan.<br />Detrás, detrás, más allá.<br /><br />Por detrás de ti te busco.<br />No en tu espejo, no en tu letra,<br />ni en tu alma.<br />Detrás, más allá.<br /><br />También detrás, más atrás<br />de mí te busco. No eres<br />lo que yo siento de ti.<br />No eres <br />lo que me está palpitando<br />con sangre mía en las venas,<br />sin ser yo.<br />Detrás, más allá te busco.<br /><br />Por encontrarte, dejar<br />de vivir en ti, y en mí,<br />y en los otros.<br />Vivir ya detrás de todo,<br />al otro lado de todo<br />- por encontrarte -,<br />como si fuese morir.<br /><br />en La voz a ti debida de Pedro SalinasAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-68584989144597675332013-06-24T11:27:50.405-07:002013-06-24T11:27:50.405-07:00LETRILLA
Una camioneta Fiat
y un Ford pintado ...LETRILLA<br /><br /><br />Una camioneta Fiat <br /> y un Ford pintado de nuevo; <br /> bajo un tinglado de zink <br /> hablaban de amor; su sueño <br /> por los caminos corría <br /> carburando su embeleso: <br />– Dos años llevamos ¡ vida! <br /> durmiendo en el mismo lecho; <br /> las mismas manos halagan <br /> nuestros ollares de acero. <br />– Tengo una bujía tuya, <br /> y una cinta de los frenos. <br />– Yo, tengo tornillos tuyos <br /> clavados por todo el cuerpo. <br />– El cantar de tu bocina <br /> es mi vida. Tú, mi dueño. <br />– Muy de mañana, aún unidos <br /> nuestros ejes delanteros; <br /> al pisar la puesta en marcha,<br /> escucho tu ronroneo, <br /> como mi voz; <br /> he dudado<br /> si es mi pecho <br /> o es tu pecho, <br /> el que respira anheloso <br /> bajo el capot. <br />– Lo comprendo;<br /> a mí me pasa otro tanto. <br />– Te besaría si los frenos<br /> no aprisionaran mis ruedas. <br />– ¿Por qué no haces un esfuerzo? <br /> No es más que el freno de mano... <br /> Empuja... – Trikk. – Yo te quiero <br /> con todo el carburador. <br /><br /><br /> Fernando Villalón, <i>Poesías completas</i>, ed. de Jacques Issorel, Madrid, Cátedra (Letras Hispánicas, 450), 1998, p. 287.<br /><br /><br />-Jacques IssorelAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-32517152982222108262013-06-18T00:17:49.928-07:002013-06-18T00:17:49.928-07:00BRIZNA DE YERBA
Briznas de yerbas de la sierra,
t...BRIZNA DE YERBA<br /><br />Briznas de yerbas de la sierra,<br />tomillo, orégano, cantueso;<br />mínimas, aromáticas, silvestres,<br />sus flores se abren sin temor al raso.<br />Y tú eres una de ellas, amor mío.<br /><br />Fernando OrtizFernando Ortizhttps://www.blogger.com/profile/00816075923341531410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-6461286807212658662013-06-16T07:44:17.704-07:002013-06-16T07:44:17.704-07:00Enhorabuena por la idea. Seguiremos el blog, por s...Enhorabuena por la idea. Seguiremos el blog, por supuesto.Pedro Ojeda Escuderohttps://www.blogger.com/profile/15809677554967668019noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3894973205575522974.post-19190327711054156722013-06-16T04:26:16.014-07:002013-06-16T04:26:16.014-07:00Bajo el naranjo lava
pañales de algodón.
Tiene ver...Bajo el naranjo lava<br />pañales de algodón.<br />Tiene verdes los ojos<br />y violeta la voz.<br /><br />¡Ay, amor,<br />bajo el naranjo en flor!<br /><br />El agua de la acequia<br />iba llena de sol,<br />en el olivarito<br />cantaba un gorrión.<br /><br />¡Ay, amor,<br />bajo el naranjo en flor!<br /><br />Luego, cuando la Lola<br />gaste todo el jabón,<br />vendrán los torerillos.<br /><br />¡Ay, amor,<br />bajo el naranjo en flor!<br /><br />(Federico García Lorca)Anonymousnoreply@blogger.com